O Poder corrompe o caráter ou revela?

Texto escrito pelo juiz George Hamilton Lins Barroso.


O Poder corrompe o caráter ou revela?
Caráter é o conjunto das qualidades e defeitos de um indivíduo, resultado de progressiva adaptação constitucional do sujeito às condições ambientais, familiares, pedagógicas e sociais e que determinaria a sua conduta e concepção moral.

Segundo o ditado popular, para conhecermos o caráter de alguém bastaria dar a ela poder ou dinheiro.

Este entendimento teria por base a experiência do cotidiano, quando observamos pessoas que antes demonstravam “simpátia”, “humildade”, “paciência”, “tolerância”, “altruísmo” … e que após alcançarem uma determinado “status de poder”, “transformar-se-iam em pessoas arrogantes, impacientes, egoístas …

Com efeito, poderiamos afirmar que o poder corrompe o caráter, ceifando qualidades adquiridas/desenvolvidas no curso de uma vida?

Estas qualidades morais seriam tão frágeis a ponto de implodirem diante de uma circunstância temporária de controle das ações de outras pessoas?


Sou fautor da crença de que na escala de progresso moral quem está no terceiro nível não passa inopinadamente para o sétimo (a natureza humana não “dá saltos”) e de que, aquele que está no terceiro não retorna para o segundo(o progresso moral é irreversível).

Somos o que somos, embora muitas vezes tentemos falsear a nossa identidade por meio da hipocrísia.

O poder em si não corrompe o ser humano; ele apenas revela o verdadeiro caráter de quem o possui.
O poder é apenas um instrumento para o bem ou para o mal, dependendo de quem o usa.

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